Redação/Gcom-MT
O combate ao trabalho escravo em Mato Grosso e a oportunidade de melhoria de vida através do emprego foram temas de reunião na manhã desta segunda-feira (23.03) entre o governador Pedro Taques, o secretário de Trabalho e Assistência Social, Valdinei Arruda, e uma comitiva da Organização Internacional do Trabalho (OIT), liderada por Houtan Homayounpour.
Lucas Ninno/Gcom-MT
No encontro, Taques afirmou que tem o compromisso de deixar Mato Grosso livre do trabalho degradante. Elencou que uma de suas primeiras atitudes neste sentido foi a escolha de Valdinei Arruda para o comando da Setas, tendo em vista o perfil técnico do secretário. O governador apresentou à comitiva do OIT a forma de gestão do Estado, com a apresentação do acordo de resultados com metas especificadas.
Valdinei disse que uma de suas metas à frente da pasta é fazer com que as famílias hoje classificadas como abaixo da linha da pobreza deixem os programas sociais de distribuição de renda e sejam, de fato, inseridas no mercado de trabalho.
Taques elencou que muitas cidades de Mato Grosso possuem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) bastante evoluído, mas que as diferenças regionais ainda são grandes. “Dos 141 municípios, 43 deles possuem IDH em níveis respeitáveis. As outras não seguem esse mesmo ritmo e nosso Estado pode desenvolver ainda mais. Então, precisamos trabalhar para que o desenvolvimento chegue aos pequenos municípios para que possamos diminuir essas diferenças”, disse o governador.
O chefe do Executivo fez um pequeno balanço da economia do Estado. Segundo Taques, mesmo representando 2% da população nacional, Mato Grosso foi responsável por exportar US$ 15 bilhões no ano de 2013, só perdendo para o Estado de São Paulo, que exportou US$ 21 bilhões. Neste sentido, o governador afirmou que busca atrair indústrias têxteis para a região de fronteira do Estado com a Bolívia. A ideia é coibir a prática de trabalho escravo que usa bolivianos em empresas de São Paulo que buscam por mão de obra barata. Taques disse que Mato Grosso produz 57% do algodão nacional. “Essas indústrias aqui trariam desenvolvimento para a região de fronteira e também ajudariam os bolivianos que teriam um trabalho digno e ficariam próximos dos seus familiares”, disse Taques.
Além disso, o secretário Valdinei contou que a pasta já trabalha em algumas ações voltadas em acabar com a vulnerabilidade dos jovens e adolescentes e garantir que eles trabalhem e ao mesmo tempo frequentem a escola. A preocupação, segundo o secretário, se dá porque Mato Grosso tem um dos maiores índices de evasão escolar. Além disso, está em fase de planejamento o lançamento de linha de crédito voltada às mulheres empreendedoras.
Conforme Homayounpour, a OIT deve investir cerca de R$ 2 milhões no combate ao trabalho escravo. Afirmou que o projeto desenvolvido em Mato Grosso já é um dos casos de sucesso da organização que leva o exemplo do Estado para o mundo inteiro.
O membro da OIT afirmou que o trabalho de Valdinei no combate ao trabalho escravo é reconhecido pela organização e disse que pretende manter o laços com o Governo do Estado para o fortalecimento das ações que vão de encontro com a prática ainda existente no país.